1ª. Parte: Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem
A educação de jovens e adultos é mais do que uma questão etária é antes de tudo, uma questão cultural, visto que não se trata de qualquer jovem ou adulto. O adulto e o jovem da EJA possuem especificidades quanto ao seu funcionamento psíquico e quanto ao meio cultural no qual está inserido, que muitas vezes não é lavado em conta na organização dos currículos, programas e métodos. O que acaba colocando-os em situações bastante inadequadas para o desenvolvimento de processos de real aprendizagem, evidenciando a distância entre os alunos e a escola.
A escola funciona com regras e com linguagem que não faz parte do contexto em que o sujeito está inserido. Além disso, ainda existem os aspectos afetivos; onde os alunos se sentem desconfortáveis na escola e têm vergonha de estudar depois de adultos. É preciso então que haja a preocupação com suas especificidades culturais e com o seu funcionamento psíquico, a sua capacidade para aprender e os seus modos de construção desse conhecimento.
2ª. Parte: Desenvolvimento cognitivo das pessoas jovens, adultas e idosas: há ou não diferenças no funcionamento psicológico e cognitivo dos sujeitos pertencentes à diferentes grupos culturais?
Há três respostas ou linhas de pensamentos que discutem acerca dessa questão. A primeira afirma que existe uma diferença nos membros de diferentes grupos culturais e que sua peculiaridade quanto ao seu modo de funcionamento intelectual é atribuído ao meio em que o jovem ou adulto pertence, essa abordagem determinista e estática afirma que são os fatores culturais que permitem ou não que eles sejam capazes de aprender. A segunda abordagem nega que essas diferenças do funcionamento psíquico interfiram na aprendizagem, pois todo o ser humano possui a capacidade de aprender independente do grupo cultural que esteja inserido, por isso devem ser respeitados restando pouco espaço para intervenção educativa. E por fim a terceira abordagem que reafirma a importância dessas diferenças valoriza a sua cultura e tudo aquilo que já foi adquirido com as experiências, postulando que o psiquismo é construído ao longo da vida e que é alimentado pelos artefatos concretos e simbólicos, pelas formas de significação, pelas visões de mundo fornecidas pelo grupo cultural em que vive.
Por tudo isso, pudemos concluir que membros de diferentes grupos culturais operam cognitivamente em respostas às exigências do seu contexto, respondendo de forma diferente a diferentes exercícios. No entanto, mesmo no interior de um mesmo grupo cultural há diferenças individuais nas capacidades que distinguem diferentes pessoas em seu modo de responder às demandas do dia-a-dia. Não podemos postular formas homogêneas de funcionamento psíquico, esse se constitui num movimento de constante transformação e de construção de singularidades. A escola voltada para jovens e adultos é ao mesmo tempo um local de conforto de culturas e encontro de singularidades.
A educação de jovens e adultos é mais do que uma questão etária é antes de tudo, uma questão cultural, visto que não se trata de qualquer jovem ou adulto. O adulto e o jovem da EJA possuem especificidades quanto ao seu funcionamento psíquico e quanto ao meio cultural no qual está inserido, que muitas vezes não é lavado em conta na organização dos currículos, programas e métodos. O que acaba colocando-os em situações bastante inadequadas para o desenvolvimento de processos de real aprendizagem, evidenciando a distância entre os alunos e a escola.
A escola funciona com regras e com linguagem que não faz parte do contexto em que o sujeito está inserido. Além disso, ainda existem os aspectos afetivos; onde os alunos se sentem desconfortáveis na escola e têm vergonha de estudar depois de adultos. É preciso então que haja a preocupação com suas especificidades culturais e com o seu funcionamento psíquico, a sua capacidade para aprender e os seus modos de construção desse conhecimento.
2ª. Parte: Desenvolvimento cognitivo das pessoas jovens, adultas e idosas: há ou não diferenças no funcionamento psicológico e cognitivo dos sujeitos pertencentes à diferentes grupos culturais?
Há três respostas ou linhas de pensamentos que discutem acerca dessa questão. A primeira afirma que existe uma diferença nos membros de diferentes grupos culturais e que sua peculiaridade quanto ao seu modo de funcionamento intelectual é atribuído ao meio em que o jovem ou adulto pertence, essa abordagem determinista e estática afirma que são os fatores culturais que permitem ou não que eles sejam capazes de aprender. A segunda abordagem nega que essas diferenças do funcionamento psíquico interfiram na aprendizagem, pois todo o ser humano possui a capacidade de aprender independente do grupo cultural que esteja inserido, por isso devem ser respeitados restando pouco espaço para intervenção educativa. E por fim a terceira abordagem que reafirma a importância dessas diferenças valoriza a sua cultura e tudo aquilo que já foi adquirido com as experiências, postulando que o psiquismo é construído ao longo da vida e que é alimentado pelos artefatos concretos e simbólicos, pelas formas de significação, pelas visões de mundo fornecidas pelo grupo cultural em que vive.
Por tudo isso, pudemos concluir que membros de diferentes grupos culturais operam cognitivamente em respostas às exigências do seu contexto, respondendo de forma diferente a diferentes exercícios. No entanto, mesmo no interior de um mesmo grupo cultural há diferenças individuais nas capacidades que distinguem diferentes pessoas em seu modo de responder às demandas do dia-a-dia. Não podemos postular formas homogêneas de funcionamento psíquico, esse se constitui num movimento de constante transformação e de construção de singularidades. A escola voltada para jovens e adultos é ao mesmo tempo um local de conforto de culturas e encontro de singularidades.
Texto
Pessoal, eu esqueci de colocar as referências do texto que foi postado. É o texto de Marta Kohl de Oliveira, Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem que foi discutido em sala de aula.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComo no próprio texto diz: "Todos somos inteligentes, todos pensamos de forma adequada, já que os mecanismos do psiquismo são universais." Já que somos "iguais", por que então tanta diferença em relação, não somente à educação, mas aqui, a cultura? Somos todos parte de um sistema onde rótulos de inteligência e competência estão sendo distribuídos e atribuídos por pessoas que fazem parte de um patamar de julgamento à pessoas que estão ingressando e/ou retornando os estudos para poderem fazer algo para modificar e deixar explicíto que as diferenças não deveriam existir. O que talvez seja ponto de diferença é o fato de que a escola precisa analisar as circunstâncias em que esse aluno - tanto do EJA quando do ensino regular - está sendo "escolarizado", se a comunicação do professor com o aluno e vice-versa está de acordo com o conteúdo preparado e almejado por todos. Todos estamos incluidos em culturas diferentes, porém isso não significa que é negativa a aprendizagem de novas culturas e a aquisição de conhecimentos sobre coisas diferentes e divergentes. Como podemos ver no texto, o funcionamento dos processos cognitivos é diferente em cada ser, porém podemos "cruzar" o fator histórico e cultural de cada um e obtermos um conceito comum sobre determinado conteúdo. Em fim, todos somos competentes e habilidosos com aquilo que nos cabe e com o que queremos alcançar, portanto não devemos impor limites as pessoas só por estas não "pertencerem" ao que a sociedade impõe como modelo. A Educação de Jovens e Adultos em nada está para excluir ou deixar à margem, e sim está para somar e atribuir novos significados à vida daqueles que participam.
ResponderExcluirUm abraço, Taís.
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ResponderExcluirCom o estudo dos textos pude concluir que a Educação de jovens e adultos, mais conhecida como EJA é mais do que uma questão somente de idade, é antes de tudo uma questão cultural. A idade adulta não pode mais ser encarada como um período em que não se aprende, cada indivíduo possui formas diferenciads de aprender, e isso ñ quer dizer que se a pessoa pertence a um determinado grupo cultural vai ter mais ou menos dificuldade para aprender. A educação de pessoas jovens e adultas é então um local de encontro de diferentes culturas, de diferentes modos de vida e de experiências que devem ser respeitadas.
ResponderExcluirUm abraço, Gabriela
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ResponderExcluirNo que concerne as linhas de pensamento que a equipe aborda, sugiro a leitura de um artigo da revista nova escola:
ResponderExcluirhttp://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/infantilizar-estudantes-eja-432129.shtml
Abraço!!
Olá pró, o grupo de estudos tá como seguidor do blog. Depois dá uma passadinha por lá.
ResponderExcluirwww.pgeuesb.blogspot.com
Abraços.