quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Relatório da Visita ao IERP

Através da visita ao colégio IERP, podemos observar que a EJA é feita através de muitas divergências, pois não há uma condição de educação adequada; a falta de professores que compreendam adequadamente o projeto político pedagógico da EJA, é visível.


Percebemos por meio dos questionários feitos pelos alunos que eles têm a vontade de aprender, mas o que falta é uma base para que essa aprendizagem ocorra de forma significativa. Eles afirmam que querem ter um futuro melhor e até cursar uma faculdade, mas como a educação aconteceu de uma forma não muito adequada, esse sonho poderá ser adiado por algum tempo.

Foi possível entender que existe a diferença entre esses sujeitos dos diferentes ciclos, pois antes da visita a escola e do trabalho que desenvolvemos lá, mesmo que limitado e por pouco tempo, tínhamos um ponto de vista em relação a esses sujeitos, diferente da realidade que encontramos lá.

O que pensávamos em relação à EJA era uma educação limitada, de sujeitos que estavam na escola apenas para aprender a ler e escrever. E que não pareciam que tinham expectativas para o futuro, no que diz respeito à educação. Com os resultados encontrados na escola visitada, percebemos que não podemos subestimar esses sujeitos, pois eles relataram que queriam dar continuidade aos estudos, ingressar numa universidade, ter oportunidades de trabalho, e buscarem mais do que a escola oferece, e não ficarem estagnados, apenas como pessoas já alfabetizadas.

Ainda podemos observar, segundo relatos dos próprios alunos que há uma diferença nos conteúdos apresentados e nos métodos dos professores trabalharem, passando exercícios de reprodução, não criando discussões sobre temas que são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem dos mesmos.

Percebemos também os diferentes motivos que levam os alunos a buscarem essa educação, uns porque querem concluir o segundo grau, outros em busca de um emprego melhor enfim, cada um tem sua história.

Portanto, nossa visita ao IERP nos permitiu um olhar mais próximo da realidade da Educação para jovens e adultos. Uma educação que precisa ser melhorada, revista, repaginada.

Edvania/ Marileide/ Evani/ Lorena/ Martha

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Visita à turma H do 3º tempo: Aprender a Fazer


A visita a turma do 3º tempo da EJA: Aprender a Fazer aconteceu em dois momentos, nos dias 24/11 e 03/12

No primeiro encontro tínhamos como objetivo conhecer o perfil dos alunos da EJA, para isso realizamos uma dinâmica de descrição do colega e aplicamos questionários. Houve resistência por parte de alguns alunos que se recusaram a participar e saíram da sala, no entanto a maioria colaborou.

Houve uma discussão muita rica na sala, os alunos expressaram suas insatisfações em relação a alguns aspectos da EJA, como por exemplo, a organização dos conteúdos, a metodologia.

Um apelo muito comum entre eles foi em relação a alterar os conteúdos, estes deveriam ser mais ligados a vestibulares e concursos, segundo os alunos eles não vêem utilidade nos conteúdos que são passados pelos professores, alem da necessidade de integrar mais conteúdos de modo que evitasse a repetição do mesmo assunto durante varias unidades.Os alunos também demonstram não estar de acordo com à maneira como os professores passam os conteúdos, que acabam por desconsiderar a capacidade deles, como se eles não pudessem avançar.

No segundo encontro, fomos com a pretensão de atentar-se àquilo que os alunos já sabiam e àquilo que eles pretendiam saber, com relação aos conteúdos dispostos no eixo VI do projeto da EJA, tendo como abordagem “A sociedade globalizada”, a fim de propor um planejamento que atendesse as exigências expressas pelos mesmos alunos no primeiro encontro. Com auxilio de um vídeo que apresentava imagens relacionadas ao tema, solicitamos aos alunos, a produção de um texto, a partir daquilo que eles conheciam sobre a temática.

A experiência com os alunos da EJA foi de suma importância para a nossa formação, pois possibilitou a relação teoria-pratica, percebendo os limites e possibilidades de se trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos.

Nossos agradecimentos primeiramente a Professora Cássia Brandão por proporcionar esse momento único e por ter acompanhado nosso trabalho dando todo suporte necessário, aos alunos da turma H que aceitaram colaborar com nosso trabalho e nos proporcionou momentos muito ricos, á coordenação da EJA por permitir a realização deste trabalho e pela confiança depositada em nós.

Fabiana de Souza

Ivan Lucas

Jucivana Silva

Tamires Silva

domingo, 13 de dezembro de 2009

Atividade desenvolvida em turmas da EJA



por: Érica Silva, Fernanda Lisboa, Geisa Gomes e Lenorman Mustafa


As atividades que ora realizamos em uma escola da EJA, nos dias 26 e 30 de novembro, com a turma do Eixo 6, correspondente ao 1º e 2° ano do ensino médio, teve como finalidade conhecer o perfil dos sujeitos da Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas, bem como perceber o entendimento deles acerca da temática: “O conhecimento como instrumento de poder e inserção social”.

No primeiro encontro se fizeram presentes 18 alunos, sendo que no decorrer da dinâmica proposta eles foram se dispersando, chegando ao final com apenas 09 em sala. E no segundo, estavam presentes 11 alunos, sendo que 05 não estavam no encontro anterior. Dessa maneira, só foi possível conhecer o perfil de apenas 14 dos 46 alunos matriculados na turma, ressaltando que 12 são evadidos.

Com a dinâmica aplicada pudemos perceber que esses alunos demonstram através do “discurso” ter interesse pelo estudo, pela escola, e que estão ali tentando mudar a situação, na qual se encontram, mas com as observações realizadas do comportamento deles, esse interesse é imperceptível, além disso, não se percebem inseridos no contexto social. E, segundo Paulo Freire, quando não se percebem no contexto, esses sujeitos não conseguem superar a situação em que estão.

Essa falta de interesse, ou seja, de motivação não só por parte dos alunos, mas também por parte de alguns professores, foi um dos fatores observados, que dificulta o processo de ensino-aprendizagem. Processo este que para ser significativo é imprescindível a colaboração de todos envolvidos na construção do currículo, para que esteja de acordo com os interesses e contexto sócio-cultural dos alunos.

Em relação ao motivo que eles alegam ter deixado e voltado à escola, destaca-se a questão do trabalho. Eles abandonam para trabalhar e voltam para conquistar um lugar melhor no mercado de trabalho. É importante salientar que uma parcela dos alunos nunca abandonou a escola, portanto não deveria freqüentar a modalidade da EJA, mas o ensino dito “regular”.

No que concerne a temática abordada, esses sujeitos acreditam que o conhecimento é adquirido somente através da escola, que possibilita o crescimento pessoal, profissional e intelectual, de modo a construir um futuro melhor, além disso, afirmam que não tem idade determinada para conhecer, para buscar informações, só depende da força de vontade e oportunidade que deve ser oferecida pela escola, a qual não cumpre seu papel.

Em suma, esse trabalho foi de grande importância para a nossa formação acadêmica, pois nos possibilitou ficar a par das dificuldades que são enfrentadas na prática, pelos sujeitos dessa modalidade de educação, de modo a colaborar para a elaboração de um currículo que esteja de acordo com os seus saberes e necessidades.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Oficina aplicada em duas turmas da EJA

Antônio Carlos
Evânia Maia
Jaldo S. Roseno
Marcia C. Gondim
Valdinéia F. de Oliveira
Relato de Impressão


Com a atividade aplicada nas turmas de EJA em uma escola da rede estadual, nos dias 26 e 30 de novembro, percebemos que apesar dos obstáculos enfrentados pelos alunos, devido a dificuldade em conciliar família, trabalho e escola, ainda assim, demonstram determinação em continuar com seus projetos de vida. Alguns deles afirmaram que a motivação maior para continuar os estudos são as conquistas pelo mercado de trabalho e o desejo de servir como exemplo para os seus filhos.
Alguns dizem estar insatisfeito com o curso. Avaliam o curso como muito “fraco”, por não oferecer o suporte necessário para que eles possam prestar um concurso público ou vestibular. As expectativas da maioria é que o curso possa lhes proporcionar uma “capacitação” para ocupar uma vaga no mercado de trabalho e obter um salário digno. Entretanto, outros esperam chegar à Universidade e fazer uma faculdade na área de saúde. O curso de enfermagem é a opção mais desejada.
Na atividade de construção de um painel, acerca da compreensão dos alunos sobre o tema socialização e conhecimento, percebemos que apesar de alguns terem conhecimento sobre o tema proposto, ainda assim, talvez pelo fato de estarem em nossa presença, a princípio eles ficaram inibidos. Todavia, no decorrer da atividade eles se sentiram mais a vontade e participaram da oficina.
Desse modo, avaliamos o trabalho como de grande importância para a nossa formação, já que o nosso objetivo é seguir carreira na área da educação. Assim, devemos desde já, fazer uma reflexão crítica acerca das propostas presentes nos projetos político pedagógicos, não apenas das séries iniciais, mas também da EJA, afinal podemos, também, atuar nesta modalidade da educação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Comentários sobre as atividades aplicadas na EJA

Baseado nas observações, conversas e atividades que foram realizadas com os alunos da EJA, constatamos algumas críticas em torno dos professores. Alguns alunos explanaram o descaso por parte de alguns educadores para com os indivíduos da EJA, a falta de motivação e um preconceito por parte dos professores. A respeito desse tema o aluno José retrata a fala de alguns professores, ao afirmarem: “esse ensino não levará a lugar nenhum”. Para esses jovens e adultos da EJA, alguns professores não estão compromissados com o trabalho da EJA, faltando muitas vezes, apresentando um conteúdo não muito rigoroso por conta do descrédito que estes têm por parte dos sujeitos dessa modalidade.
É importante abordar que, a função do docente da EJA é de buscar caminhos que promovam uma aprendizagem significativa para os sujeitos desta modalidade, apresentando discussões, projetos, trabalhos que desenvolvam um conhecimento acerca de como os alunos da EJA constroem sua aprendizagem, de que forma eles põem em prática seus conhecimentos e acima de tudo desenvolvendo o respeito, a solidariedade, a união, elementos que ajudarão no relacionamento com o próximo e na construção de uma sociedade melhor.
Percebe-se que, ensinar na educação de Jovens e Adultos, é um grande desafio, logo é necessário que o professor entenda como afirma o aluno Manuel que “o conhecimento faz parte de cada um, independente da idade”.

Programa 3° Tempo- Aprender a fazer: Comentários sobre as visitas realizadas em uma instituição escolar

Durante os meses de novembro e dezembro, nós do V semestre de Pedagogia da UESB, Larissa, Cristiane, Thiana, Niuvan e Luciene, realizamos observações com o intuito de percebermos como os alunos da EJA entendem a temática: O conhecimento como instrumento de poder e inserção social. De acordo com dados obtidos, ficou claro que a maioria dos alunos que continuam frequantando a sala de aula, são indivíduos que por motivos que vão de trabalho à ocupações pessoais, sendo em sua grande maioria oriundos de uma realidade que não permite a ampliação das vontades, não conseguiram concluir a Educação Básica no tempo regular. O conhecimento é visto por eles como um meio para alcançar objetivos, conquistar o mercado de trabalho a partir da oportunidade que a escola oferece de construir um futuro melhor. Como Kohl afirma, é necessário que o aluno da EJA seja observado com suas singularidades e visto pelas condições que os diferenciam dos outro alunos, para que suas especificidades sejam relevantes no momento das interações professor-aluno.
Os alunos demonstraram um grande interesse por mudanças para efetivação de aprendizagens significativas, como pode ser salientado com um depoimento de uma aluna: " gostaria que as mudanças deste colégio fossem mudadas, [...] porque precisamos de mais máterias [...] tem alunos que não sabe nem se expressaar direito e nem escrever também". Diante dessa fala questionamos: O que realmente é aprender para esses sujeitos da EJA? Será que o evidenciado em sala tem dado algum resultado para sua vida diária?
Diante do que foi observado durante as visitas, faz-se necessário um repensar na qualidade da aprendizagem que está sendo oferecida para esses indivíduos, pois a mudança é gerada quando é intrínseca e encontra subsídios extrínsicos para que ela seja efetivada, daí ser essencial que professores e alunos estejam unidos com o propósito de mudar a realidade, para que a escola seja percebida por esses sujeitos , que tiveram os olhos vendados para o caminho do conhecimento e desistiram de prosseguir, como fundamental para o poder, atrelado à oportunidade de ter voz e saber expressar coerentemente seus ideais, e a inserção social, para que sejam vistos como um sujeito social com direitos e deveres iguais a todos. Concluimos com a fala de um aluno que diz: " devemos mudar para a melhor, ser mais inteligentes, ter atitudes boas e mudar nosso futuro".

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Baseado nos estudos proporcionados pela disciplina Educação de Jovens e Adultos, assim como pela oportunidade de conhecer mais de perto esta modalidade de ensino, pude observar o perfil quanto ao perfil destes sujeitos, que são pessoas normalmente que por algum motivo não puderam ter acesso ao ensino regular ou continuar seus estudos na idade “apropriada”, porém são pessoas que trazem consigo toda uma cultura, assim como possui uma história mais longa de experiências, conhecimentos e reflexões.
Estar mais de perto com estes sujeitos me fez refletir antes de tudo sobre o perfil também do educador. Que formação estes educadores possui? Que preocupação ou importância estes atribuem a sua prática? Qual o compromisso destes para com seus alunos?
Estes são alguns pontos que merecem ser destacados e envolve todo um cuidado, pois o papel do professor assim como sua prática é de grande relevância para estes sujeitos. A prática docente precisa ser antes de tudo motivadora, envolvendo estes sujeitos em atividades que tenham a ver com seu mundo, ou seja, o mundo adulto, despertando assim a curiosidade bem como a formação da sua consciência crítico - reflexiva e autônoma. Caso contrário a evasão é algo que frequentemente vem a acontecer. A falta de sintonia entre a escola e seus alunos torna-se um obstáculo para a aprendizagem e assim desenvolvimento destes sujeitos.
Neste sentido, penso que os cursos da EJA devem ser organizados com formas e currículos apropriados, considerando as características dos alunos, seus interesses, condições de vida e trabalho, utilizando metodologias que articulem conhecimentos de Base Nacional Comum, com as experiências destes sujeitos, de forma que lhes proporcionem a compreensão e leitura da realidade para uma vida melhor na sociedade.
Abordando a escola, ressalta-se, portanto o papel do professor ou a sua intervenção para o desenvolvimento de cada sujeito, onde o mesmo (professor) deverá atuar promovendo de acordo com a realidade ou necessidade dos sujeitos, seu desenvolvimento por estar inseridos na sociedade e atuar de forma ativa e reflexiva, deverá agir assim como um mediador da aprendizagem destes alunos.
Por fim, abordo a relevância também do espaço assim como todo o conteúdo destinado a esta modalidade de ensino, devendo o mesmo estar apropriado para receber estes jovens e adultos ou ainda idosos, que chegam a escola “tardiamente”, trazendo além de toda uma cultura e experiências, a vontade de aprender, que necessita ser respeitado e sempre assim estimulado.
Compreendendo, portanto a educação como um processo continuo, é que se torna relevante, “por inserir estes sujeitos novamente no Âmbito educativo dando oportunidade para que as mesmas aprendam o que não puderam aprender antes”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Parte II

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

PABLO NERUDA

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Resumo

1ª. Parte: Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem

A educação de jovens e adultos é mais do que uma questão etária é antes de tudo, uma questão cultural, visto que não se trata de qualquer jovem ou adulto. O adulto e o jovem da EJA possuem especificidades quanto ao seu funcionamento psíquico e quanto ao meio cultural no qual está inserido, que muitas vezes não é lavado em conta na organização dos currículos, programas e métodos. O que acaba colocando-os em situações bastante inadequadas para o desenvolvimento de processos de real aprendizagem, evidenciando a distância entre os alunos e a escola.
A escola funciona com regras e com linguagem que não faz parte do contexto em que o sujeito está inserido. Além disso, ainda existem os aspectos afetivos; onde os alunos se sentem desconfortáveis na escola e têm vergonha de estudar depois de adultos. É preciso então que haja a preocupação com suas especificidades culturais e com o seu funcionamento psíquico, a sua capacidade para aprender e os seus modos de construção desse conhecimento.

2ª. Parte: Desenvolvimento cognitivo das pessoas jovens, adultas e idosas: há ou não diferenças no funcionamento psicológico e cognitivo dos sujeitos pertencentes à diferentes grupos culturais?

Há três respostas ou linhas de pensamentos que discutem acerca dessa questão. A primeira afirma que existe uma diferença nos membros de diferentes grupos culturais e que sua peculiaridade quanto ao seu modo de funcionamento intelectual é atribuído ao meio em que o jovem ou adulto pertence, essa abordagem determinista e estática afirma que são os fatores culturais que permitem ou não que eles sejam capazes de aprender. A segunda abordagem nega que essas diferenças do funcionamento psíquico interfiram na aprendizagem, pois todo o ser humano possui a capacidade de aprender independente do grupo cultural que esteja inserido, por isso devem ser respeitados restando pouco espaço para intervenção educativa. E por fim a terceira abordagem que reafirma a importância dessas diferenças valoriza a sua cultura e tudo aquilo que já foi adquirido com as experiências, postulando que o psiquismo é construído ao longo da vida e que é alimentado pelos artefatos concretos e simbólicos, pelas formas de significação, pelas visões de mundo fornecidas pelo grupo cultural em que vive.
Por tudo isso, pudemos concluir que membros de diferentes grupos culturais operam cognitivamente em respostas às exigências do seu contexto, respondendo de forma diferente a diferentes exercícios. No entanto, mesmo no interior de um mesmo grupo cultural há diferenças individuais nas capacidades que distinguem diferentes pessoas em seu modo de responder às demandas do dia-a-dia. Não podemos postular formas homogêneas de funcionamento psíquico, esse se constitui num movimento de constante transformação e de construção de singularidades. A escola voltada para jovens e adultos é ao mesmo tempo um local de conforto de culturas e encontro de singularidades.
Texto

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sugestão de roteiro para estudo do texto 3: “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem”

Leiam o texto e procurem refletir sobre as questões abaixo. A seguir elaborem um texto que expresse a sua compreensão sobre a temática.
1. Qual o perfil das pessoas jovens, adultas e idosas?
2. O que é necessário compreender sobre os alunos jovens, adultos e idosos?
3. Quais os fatores que estão relacionados a fase de desenvolvimento humano do adulto que os distingue das crianças?
4. Quais outras diferenças existentes entre a criança e os adultos no processo de aprendizagem são apontadas pela a autora?
5. Qual a relação existente entre pertinência cultural e cognição? Explique as três linhas de pensamento abordadas pela a autora e suas implicações nas práticas pedagógicas da EJA.
6. Quais as características do modo de funcionamento cognitivo do adulto?
7. Quais os aspectos principais a serem considerados na elaboração de um currículo para a EJA?

sábado, 24 de outubro de 2009

Calvin e o futuro


Escolares


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

As mudanças no Mundo do trabalho e a Educação: Novos desafios para a gestão

RESUMO:
As mudanças no Mundo do trabalho e a Educação: Novos desafios para a gestão
Acacia Zeneide Kuenzer

O texto de Kuenzer é dirigido para a nova concepção capitalista decorrente da globalização: mais qualidade com baixo custo de investimento.
Nessa proposta fordista vemos os novos paradigmas economicos, sociais e culturais, novos temas de discussão, como a pobreza, as questões ambientais, a segurança coletiva e a exclusão, e, percebemos que a questão educacional começa a ser tratada como meio de inclusão ao mercado de trabalho, passando está a ser vista como finalidaade técnica. Porem, esta ideia de tecnicismo não pe mais suficiente para atender as demandas do mercado, passando a ter novos olhares pedagogicos: pedagogia organica.
Esta nova pedagogia tem por finalidade atender a uma divisão social e tecnica do trabalho, uma pedagogia que busca novos metodos e soluções organizacionais em curto espaço de tempo.
Novos conteudos, novas formas metodologicas, espaços pedagogicos, atores pedagogicos e formas de controle desta nova "sociedade" passam a ser o privilegio escolar e são determinantes para a mudança no mundo do trabalho. Assim, verificamos o novo perfil do profissional/estudante: ter pensamentos criativos, responsabilidade, sociabilidade, estar disposto a aprender e solucionar problemas analisando os riscos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009


sábado, 19 de setembro de 2009

Trajetória de Gideon Souza Silva - Ex aluno da EJA


Parte I

Em 2007, a empresa Cardoso em parceria com a UESB implantou o programa Re-Aprender no espaço selecionado no Cardoso. Este programa tem o objetivo de alcançar as pessoas jovens, adultas e idosas que não puderam em período dito regular para os estudos, dar continuidade ao mesmo. Compreendendo que a educação é um processo contínuo, e que se aprende ao longo da vida, a EJA almeja inserir essas pessoas novamente no âmbito educativo, dando oportunidade para as mesmas aprenderem o que não puderam aprender antes.


Foi feita uma seleção onde 40 alunos se matricularam para dar inicio aos estudos que outrora por motivo de força maior haviam abandonado. Gideon S. Silva aos 43 anos, foi um dos funcionários do Cardoso selecionado para participar deste programa dando prosseguimento aos estudos, este desde 1980 quando começou a trabalhar, interrompeu na 5ª série seus estudos.

Durante 8 meses Gideon superou limites, perseverou e com muito força de vontade concluiu o primeiro ano recebendo seu certificado. Como afirma o próprio em sua entrevista aos alunos da disciplina EJA - Pedagogia UESB: “Foram 8 meses de recomeço”. Gideon também nos afirmou que seu professor Dejair foi muito importante em sua trajetória estudantil e também motivador para que não desistisse dos estudos.

Trajetória de Gideon Souza Silva - Ex aluno da EJA


Parte II


Em outro momento, Gideon foi matriculado na CPA (IERP), para concluir o ensino fundamental, posteriormente o médio. Apesar da desistência de muitos de seus colegas, ele não parou, olhou para o alvo que era concluir o 2º grau, e de passo em passo atingiu sua meta. Ele afirma que para ele foi muito difícil estudar a sociologia, a filosofia, o inglês, mas que iria chegar lá – “entrei para estudar...quero me molhar na chuva de coisas maravilhosas (...)”. Dos 40 matriculados somente ele e outro colega conseguiram o certificado de conclusão do 2º grau.

Em seu relato nos afirmou também que seus filhos foram de extrema relevância para que ele pudesse concretizar seus estudos, assim como as professoras Cássia Brandão e Josinélia Moreira que o inspiraram muito. No início do ano de 2009, Gideon fez uma redação para participar do Curso pré-vestibular Milenium, sendo aprovado mais tarde. Chegou a frequentar o curso por um curto período de tempo, menos de um mês e foi retirado do mesmo por faltar. Mais tarde prestou vestibular para administração na FIJ (Faculdades Integradas de Jequié).

Apesar de toda sua dificuldade, em trabalhar e estudar à noite, Gideon subiu os degraus da conquista de seus estudos e hoje aos 45 anos, está cursando na FIJ o 1º semestre de administração. Dos 40 alunos somente ele chegou ao ensino superior. Hoje com muito orgulho proclama aos quatro ventos – “Sou um universitário”. Nós alunos da UESB o parabenizamos pelo seu exemplo de fé, de garra, transformando as dificuldades em degraus. Você carrega a bandeira da vitória, que hoje é vista por todos nós. Parabéns e sucessos em sua nova caminhada!!!!!



Equipe: Antonio Carlos, Edvânia Souza, Jaldo Roseno, Lorena Matos, Márcia Gondim, Marileide Targino, Martha Miranda, Valdinéia Oliveira.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

História de Vida: trajetória de aluno da EJA


Na aula de sexta-feira, 11/09/2009, teremos o relato da trajetória escolar de um ex-aluno da EJA.

Curso: Pedagogia
Horário: 8h20
Sala: 19 (Pavilhão administrativo)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

AVISO - TURMAS DE PEDAGOGIA/BIOLOGIA/MATEMÁTICA

Informo que amanhã, 04/09/2009, estaremos recebendo em nossa sala de aula, do Curso de Pedagogia, a visita de um ex-aluno da EJA, que atualmente está cursando Faculdade. Essa é uma oportunidade para ouvirmos as experiências de um aluno da EJA quanto a sua trajetória escolar enfocando as: dificuldades, avanços, motivações, contribuições do estudo para a sua vida social e no trabalho etc.

Os alunos dos cursos de Biologia e Matemática estão convidados para este momento.
Sala: 19 (Pavilhão administrativo)
Horário: 9h

Aguardo todos e todas.

Cássia Brandão

sábado, 29 de agosto de 2009

Síntese 1: Trajetória histórica da EJA



Relatores da Síntese: Érica, Evânia, Fernanda, Gabriela, Geisa, Jucivânia, Leila e Lenormam.

A temática abordada neste encontro enfocou a trajetória histórica da educação de pessoas jovens, adultas e idosas no Brasil. Para tanto, foi discutido em grupo o artigo “Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil”, de Maria Clara Di Pierro.

Durante as discussões do artigo podemos perceber a importância de conhecer a trajetória histórica da EJA para compreender melhor de que forma ela está sendo vista, como um direito de cidadania.

Na década de 20, as reformas tratam a educação de adultos ao mesmo tempo em que cuidam da renovação dos sistemas de um modo geral. Apenas em 1928 com a reforma do Distrito Federal ela recebe mais evidência.

As mudanças políticas e econômicas, a partir da Revolução de 30, possibilitaram a consolidação de um sistema político de educação elementar no Brasil. A ampliação da escolarização para adolescentes e adultos foi provocada pelo processo de urbanização e industrialização.

O período áureo para a educação de adultos foi a década de 40. Nesta aconteceram inúmeras iniciativas políticas e pedagógicas de importância, tais como: a regulamentação do Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP); a criação do INEP, incentivando e realizando estudos na área; o surgimento das primeiras obras, especificamente dedicadas ao ensino supletivo; lançamento da Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), através da qual houve uma preocupação com a elaboração de material de didático para adultos e as realizações de dois eventos fundamentais para a área: 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos realizado em 1947 e o Seminário Interamericano de Educação de Adultos de 1949.

Com a fase de desenvolvimento que se instalava nos países, no final da década de 40 e início dos anos 50, tornou-se necessário a promoção de uma educação popular, visando formar mão-de-obra imprescindível para atender ao crescimento das indústrias. Essa necessidade de promover a educação e qualificação foi justificada por várias teorias ligadas à política e a ampliação das bases eleitorais do país.

Vale ressaltar que desde o final da década de 50 até meados de 60 destacou-se a educação de adultos e da alfabetização. O II Congresso Nacional de Educação de Adultos tornou-se um marco histórico para a área. Paulo Freire, mesmo não tendo ainda um envolvimento maior com o analfabetismo entre adultos, defendia e propunha uma educação de adultos que estimulasse à colaboração, a decisão, a participação e a responsabilidade social e política. Tais propostas foram disseminadas quando se aprovou o Plano Nacional de Alfabetização, em janeiro de 1964.

No período que segue, mudanças políticas e econômicas interferem nesse processo educacional e com adentrar do período militar a Educação de Adultos é concebida através de outras iniciativas governamentais.

Após a implantação do regime militar pouco se alfabetizou. Isso se atribui a uma estagnação política e pedagógica vazia e superficial, difundida pelo MOBRAL. Entretanto com o instalar da Democracia na década de 80, definiu-se uma nova concepção de educação de jovens e Adultos a partir da Constituição Federal de 1988, a qual garantiu importantes avanços no campo da EJA. No artigo 208, a Educação passa a ser direito de todos, independente de idade.

Apesar do artigo que definiu na constituição a educação como “direto de todos”, chegamos à década de 90 com políticas públicas educacionais pouco favoráveis a este setor, porque os programas que foram ofertados após 1988 estiveram longe de atender a demanda populacional.

Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, promulgou-se a primeira referência sobre a EJA no Título V, artigos 37º e 38º, trazendo um significativo ganho à educação de adultos, institucionalizando esta modalidade de ensino.

Em 1997, a V Conferência Internacional de Educação de Adultos realizada em Hamburgo proclamou o direito de todos à educação continuada ao longo da vida. Nesse sentido, passa a ser não só um fator de desenvolvimento pessoal e um direito de cidadania, mas também uma condição de participação dos indivíduos na construção de sociedades mais justas.

Em suma, a trajetória histórica da educação de pessoas jovens, adultas e idosas em nosso país sempre sofreu interferências do contexto histórico-sócio-político de cada época e na atualidade, a ênfase nessa educação de grande relevância, mas será realmente de grande contribuição para nossa sociedade se o trabalho docente também estiver qualificado para essa modalidade de ensino, oferecendo assim uma educação de qualidade com ideais reflexivos e transformadores.

domingo, 23 de agosto de 2009

Trecho da carta dos índios aos governos dos Estados da Vírginia e de Maryland


Certa vez, os governos dos Estados da Virgínia e de Maryland, nos Estados Unidos, sugeriram aos índios que enviassem alguns de seus jovens para estudar nas escolas dos brancos. Na carta-resposta, os indígenas agradeciam, recusando. Eis um trecho da carta dos indígenas.
(...) Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
(...) Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não posamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens.

(Citado por Carlos Rodrigues Brandão, O que é educação, p. 8-9)

Caso você não tenha participado da primeira aula, 17/08/09, comente a relação existente entre esta carta e a educação de pessoas jovens, adultas e idosas.

ALUNOS E ALUNAS DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA, MATEMÁTICA E BIOLOGIA


Queridos alunos e alunas;

Venho propor a vocês um novo desenho para a disciplina de Educação de Jovens e Adultos, com a criação deste ambiente para a socialização, a troca de experiências e um maior diálogo durante o semestre. Aqui vamos poder postar nossos textos, discutir, colocar nossas dúvidas, nossas concepções e ampliar o nosso tempo de estudo dialogando, inclusive, com outros atores, já que este se constitui um espaço aberto, democrático, de troca de saberes.
A experiência do semestre passado nos demonstra a importância que terá este ambiente. Nesse semestre, de 2009.1, os alunos produziram artigos, resenhas de filmes enfocando temas diversos da EJA, como: a sexualidade na EJA; a questão da auto-estima dos alunos e a relação com os processos de ensino e aprendizagem; a educação prisional; o sujeito analfabeto como ser histórico; a importância da formação de professores para os docentes da EJA; estudo de caso a partir da prática de uma professora da EJA; uma leitura da trajetória da EJA no Brasil a partir do filme narradores de Javé etc. E, todos esses trabalhos ficaram restritos a sala de aula, isto é, a professora e aos colegas de turma, já que não houve possibilidade de realizarmos o evento previsto para a socialização dos trabalhos.
Neste semestre de 2009.2, trabalhando em turmas e cursos diferentes, Pedagogia, Matemática e Biologia, podemos ampliar nossas discussões e criarmos uma rede enfocando a temática da EJA. Espero todos vocês nesse novo espaço de aprendizagem.

AULA 3 - HISTÓRICO DA EJA