quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Relatório da Visita ao IERP

Através da visita ao colégio IERP, podemos observar que a EJA é feita através de muitas divergências, pois não há uma condição de educação adequada; a falta de professores que compreendam adequadamente o projeto político pedagógico da EJA, é visível.


Percebemos por meio dos questionários feitos pelos alunos que eles têm a vontade de aprender, mas o que falta é uma base para que essa aprendizagem ocorra de forma significativa. Eles afirmam que querem ter um futuro melhor e até cursar uma faculdade, mas como a educação aconteceu de uma forma não muito adequada, esse sonho poderá ser adiado por algum tempo.

Foi possível entender que existe a diferença entre esses sujeitos dos diferentes ciclos, pois antes da visita a escola e do trabalho que desenvolvemos lá, mesmo que limitado e por pouco tempo, tínhamos um ponto de vista em relação a esses sujeitos, diferente da realidade que encontramos lá.

O que pensávamos em relação à EJA era uma educação limitada, de sujeitos que estavam na escola apenas para aprender a ler e escrever. E que não pareciam que tinham expectativas para o futuro, no que diz respeito à educação. Com os resultados encontrados na escola visitada, percebemos que não podemos subestimar esses sujeitos, pois eles relataram que queriam dar continuidade aos estudos, ingressar numa universidade, ter oportunidades de trabalho, e buscarem mais do que a escola oferece, e não ficarem estagnados, apenas como pessoas já alfabetizadas.

Ainda podemos observar, segundo relatos dos próprios alunos que há uma diferença nos conteúdos apresentados e nos métodos dos professores trabalharem, passando exercícios de reprodução, não criando discussões sobre temas que são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem dos mesmos.

Percebemos também os diferentes motivos que levam os alunos a buscarem essa educação, uns porque querem concluir o segundo grau, outros em busca de um emprego melhor enfim, cada um tem sua história.

Portanto, nossa visita ao IERP nos permitiu um olhar mais próximo da realidade da Educação para jovens e adultos. Uma educação que precisa ser melhorada, revista, repaginada.

Edvania/ Marileide/ Evani/ Lorena/ Martha

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Visita à turma H do 3º tempo: Aprender a Fazer


A visita a turma do 3º tempo da EJA: Aprender a Fazer aconteceu em dois momentos, nos dias 24/11 e 03/12

No primeiro encontro tínhamos como objetivo conhecer o perfil dos alunos da EJA, para isso realizamos uma dinâmica de descrição do colega e aplicamos questionários. Houve resistência por parte de alguns alunos que se recusaram a participar e saíram da sala, no entanto a maioria colaborou.

Houve uma discussão muita rica na sala, os alunos expressaram suas insatisfações em relação a alguns aspectos da EJA, como por exemplo, a organização dos conteúdos, a metodologia.

Um apelo muito comum entre eles foi em relação a alterar os conteúdos, estes deveriam ser mais ligados a vestibulares e concursos, segundo os alunos eles não vêem utilidade nos conteúdos que são passados pelos professores, alem da necessidade de integrar mais conteúdos de modo que evitasse a repetição do mesmo assunto durante varias unidades.Os alunos também demonstram não estar de acordo com à maneira como os professores passam os conteúdos, que acabam por desconsiderar a capacidade deles, como se eles não pudessem avançar.

No segundo encontro, fomos com a pretensão de atentar-se àquilo que os alunos já sabiam e àquilo que eles pretendiam saber, com relação aos conteúdos dispostos no eixo VI do projeto da EJA, tendo como abordagem “A sociedade globalizada”, a fim de propor um planejamento que atendesse as exigências expressas pelos mesmos alunos no primeiro encontro. Com auxilio de um vídeo que apresentava imagens relacionadas ao tema, solicitamos aos alunos, a produção de um texto, a partir daquilo que eles conheciam sobre a temática.

A experiência com os alunos da EJA foi de suma importância para a nossa formação, pois possibilitou a relação teoria-pratica, percebendo os limites e possibilidades de se trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos.

Nossos agradecimentos primeiramente a Professora Cássia Brandão por proporcionar esse momento único e por ter acompanhado nosso trabalho dando todo suporte necessário, aos alunos da turma H que aceitaram colaborar com nosso trabalho e nos proporcionou momentos muito ricos, á coordenação da EJA por permitir a realização deste trabalho e pela confiança depositada em nós.

Fabiana de Souza

Ivan Lucas

Jucivana Silva

Tamires Silva

domingo, 13 de dezembro de 2009

Atividade desenvolvida em turmas da EJA



por: Érica Silva, Fernanda Lisboa, Geisa Gomes e Lenorman Mustafa


As atividades que ora realizamos em uma escola da EJA, nos dias 26 e 30 de novembro, com a turma do Eixo 6, correspondente ao 1º e 2° ano do ensino médio, teve como finalidade conhecer o perfil dos sujeitos da Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas, bem como perceber o entendimento deles acerca da temática: “O conhecimento como instrumento de poder e inserção social”.

No primeiro encontro se fizeram presentes 18 alunos, sendo que no decorrer da dinâmica proposta eles foram se dispersando, chegando ao final com apenas 09 em sala. E no segundo, estavam presentes 11 alunos, sendo que 05 não estavam no encontro anterior. Dessa maneira, só foi possível conhecer o perfil de apenas 14 dos 46 alunos matriculados na turma, ressaltando que 12 são evadidos.

Com a dinâmica aplicada pudemos perceber que esses alunos demonstram através do “discurso” ter interesse pelo estudo, pela escola, e que estão ali tentando mudar a situação, na qual se encontram, mas com as observações realizadas do comportamento deles, esse interesse é imperceptível, além disso, não se percebem inseridos no contexto social. E, segundo Paulo Freire, quando não se percebem no contexto, esses sujeitos não conseguem superar a situação em que estão.

Essa falta de interesse, ou seja, de motivação não só por parte dos alunos, mas também por parte de alguns professores, foi um dos fatores observados, que dificulta o processo de ensino-aprendizagem. Processo este que para ser significativo é imprescindível a colaboração de todos envolvidos na construção do currículo, para que esteja de acordo com os interesses e contexto sócio-cultural dos alunos.

Em relação ao motivo que eles alegam ter deixado e voltado à escola, destaca-se a questão do trabalho. Eles abandonam para trabalhar e voltam para conquistar um lugar melhor no mercado de trabalho. É importante salientar que uma parcela dos alunos nunca abandonou a escola, portanto não deveria freqüentar a modalidade da EJA, mas o ensino dito “regular”.

No que concerne a temática abordada, esses sujeitos acreditam que o conhecimento é adquirido somente através da escola, que possibilita o crescimento pessoal, profissional e intelectual, de modo a construir um futuro melhor, além disso, afirmam que não tem idade determinada para conhecer, para buscar informações, só depende da força de vontade e oportunidade que deve ser oferecida pela escola, a qual não cumpre seu papel.

Em suma, esse trabalho foi de grande importância para a nossa formação acadêmica, pois nos possibilitou ficar a par das dificuldades que são enfrentadas na prática, pelos sujeitos dessa modalidade de educação, de modo a colaborar para a elaboração de um currículo que esteja de acordo com os seus saberes e necessidades.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Oficina aplicada em duas turmas da EJA

Antônio Carlos
Evânia Maia
Jaldo S. Roseno
Marcia C. Gondim
Valdinéia F. de Oliveira
Relato de Impressão


Com a atividade aplicada nas turmas de EJA em uma escola da rede estadual, nos dias 26 e 30 de novembro, percebemos que apesar dos obstáculos enfrentados pelos alunos, devido a dificuldade em conciliar família, trabalho e escola, ainda assim, demonstram determinação em continuar com seus projetos de vida. Alguns deles afirmaram que a motivação maior para continuar os estudos são as conquistas pelo mercado de trabalho e o desejo de servir como exemplo para os seus filhos.
Alguns dizem estar insatisfeito com o curso. Avaliam o curso como muito “fraco”, por não oferecer o suporte necessário para que eles possam prestar um concurso público ou vestibular. As expectativas da maioria é que o curso possa lhes proporcionar uma “capacitação” para ocupar uma vaga no mercado de trabalho e obter um salário digno. Entretanto, outros esperam chegar à Universidade e fazer uma faculdade na área de saúde. O curso de enfermagem é a opção mais desejada.
Na atividade de construção de um painel, acerca da compreensão dos alunos sobre o tema socialização e conhecimento, percebemos que apesar de alguns terem conhecimento sobre o tema proposto, ainda assim, talvez pelo fato de estarem em nossa presença, a princípio eles ficaram inibidos. Todavia, no decorrer da atividade eles se sentiram mais a vontade e participaram da oficina.
Desse modo, avaliamos o trabalho como de grande importância para a nossa formação, já que o nosso objetivo é seguir carreira na área da educação. Assim, devemos desde já, fazer uma reflexão crítica acerca das propostas presentes nos projetos político pedagógicos, não apenas das séries iniciais, mas também da EJA, afinal podemos, também, atuar nesta modalidade da educação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Comentários sobre as atividades aplicadas na EJA

Baseado nas observações, conversas e atividades que foram realizadas com os alunos da EJA, constatamos algumas críticas em torno dos professores. Alguns alunos explanaram o descaso por parte de alguns educadores para com os indivíduos da EJA, a falta de motivação e um preconceito por parte dos professores. A respeito desse tema o aluno José retrata a fala de alguns professores, ao afirmarem: “esse ensino não levará a lugar nenhum”. Para esses jovens e adultos da EJA, alguns professores não estão compromissados com o trabalho da EJA, faltando muitas vezes, apresentando um conteúdo não muito rigoroso por conta do descrédito que estes têm por parte dos sujeitos dessa modalidade.
É importante abordar que, a função do docente da EJA é de buscar caminhos que promovam uma aprendizagem significativa para os sujeitos desta modalidade, apresentando discussões, projetos, trabalhos que desenvolvam um conhecimento acerca de como os alunos da EJA constroem sua aprendizagem, de que forma eles põem em prática seus conhecimentos e acima de tudo desenvolvendo o respeito, a solidariedade, a união, elementos que ajudarão no relacionamento com o próximo e na construção de uma sociedade melhor.
Percebe-se que, ensinar na educação de Jovens e Adultos, é um grande desafio, logo é necessário que o professor entenda como afirma o aluno Manuel que “o conhecimento faz parte de cada um, independente da idade”.

Programa 3° Tempo- Aprender a fazer: Comentários sobre as visitas realizadas em uma instituição escolar

Durante os meses de novembro e dezembro, nós do V semestre de Pedagogia da UESB, Larissa, Cristiane, Thiana, Niuvan e Luciene, realizamos observações com o intuito de percebermos como os alunos da EJA entendem a temática: O conhecimento como instrumento de poder e inserção social. De acordo com dados obtidos, ficou claro que a maioria dos alunos que continuam frequantando a sala de aula, são indivíduos que por motivos que vão de trabalho à ocupações pessoais, sendo em sua grande maioria oriundos de uma realidade que não permite a ampliação das vontades, não conseguiram concluir a Educação Básica no tempo regular. O conhecimento é visto por eles como um meio para alcançar objetivos, conquistar o mercado de trabalho a partir da oportunidade que a escola oferece de construir um futuro melhor. Como Kohl afirma, é necessário que o aluno da EJA seja observado com suas singularidades e visto pelas condições que os diferenciam dos outro alunos, para que suas especificidades sejam relevantes no momento das interações professor-aluno.
Os alunos demonstraram um grande interesse por mudanças para efetivação de aprendizagens significativas, como pode ser salientado com um depoimento de uma aluna: " gostaria que as mudanças deste colégio fossem mudadas, [...] porque precisamos de mais máterias [...] tem alunos que não sabe nem se expressaar direito e nem escrever também". Diante dessa fala questionamos: O que realmente é aprender para esses sujeitos da EJA? Será que o evidenciado em sala tem dado algum resultado para sua vida diária?
Diante do que foi observado durante as visitas, faz-se necessário um repensar na qualidade da aprendizagem que está sendo oferecida para esses indivíduos, pois a mudança é gerada quando é intrínseca e encontra subsídios extrínsicos para que ela seja efetivada, daí ser essencial que professores e alunos estejam unidos com o propósito de mudar a realidade, para que a escola seja percebida por esses sujeitos , que tiveram os olhos vendados para o caminho do conhecimento e desistiram de prosseguir, como fundamental para o poder, atrelado à oportunidade de ter voz e saber expressar coerentemente seus ideais, e a inserção social, para que sejam vistos como um sujeito social com direitos e deveres iguais a todos. Concluimos com a fala de um aluno que diz: " devemos mudar para a melhor, ser mais inteligentes, ter atitudes boas e mudar nosso futuro".

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Baseado nos estudos proporcionados pela disciplina Educação de Jovens e Adultos, assim como pela oportunidade de conhecer mais de perto esta modalidade de ensino, pude observar o perfil quanto ao perfil destes sujeitos, que são pessoas normalmente que por algum motivo não puderam ter acesso ao ensino regular ou continuar seus estudos na idade “apropriada”, porém são pessoas que trazem consigo toda uma cultura, assim como possui uma história mais longa de experiências, conhecimentos e reflexões.
Estar mais de perto com estes sujeitos me fez refletir antes de tudo sobre o perfil também do educador. Que formação estes educadores possui? Que preocupação ou importância estes atribuem a sua prática? Qual o compromisso destes para com seus alunos?
Estes são alguns pontos que merecem ser destacados e envolve todo um cuidado, pois o papel do professor assim como sua prática é de grande relevância para estes sujeitos. A prática docente precisa ser antes de tudo motivadora, envolvendo estes sujeitos em atividades que tenham a ver com seu mundo, ou seja, o mundo adulto, despertando assim a curiosidade bem como a formação da sua consciência crítico - reflexiva e autônoma. Caso contrário a evasão é algo que frequentemente vem a acontecer. A falta de sintonia entre a escola e seus alunos torna-se um obstáculo para a aprendizagem e assim desenvolvimento destes sujeitos.
Neste sentido, penso que os cursos da EJA devem ser organizados com formas e currículos apropriados, considerando as características dos alunos, seus interesses, condições de vida e trabalho, utilizando metodologias que articulem conhecimentos de Base Nacional Comum, com as experiências destes sujeitos, de forma que lhes proporcionem a compreensão e leitura da realidade para uma vida melhor na sociedade.
Abordando a escola, ressalta-se, portanto o papel do professor ou a sua intervenção para o desenvolvimento de cada sujeito, onde o mesmo (professor) deverá atuar promovendo de acordo com a realidade ou necessidade dos sujeitos, seu desenvolvimento por estar inseridos na sociedade e atuar de forma ativa e reflexiva, deverá agir assim como um mediador da aprendizagem destes alunos.
Por fim, abordo a relevância também do espaço assim como todo o conteúdo destinado a esta modalidade de ensino, devendo o mesmo estar apropriado para receber estes jovens e adultos ou ainda idosos, que chegam a escola “tardiamente”, trazendo além de toda uma cultura e experiências, a vontade de aprender, que necessita ser respeitado e sempre assim estimulado.
Compreendendo, portanto a educação como um processo continuo, é que se torna relevante, “por inserir estes sujeitos novamente no Âmbito educativo dando oportunidade para que as mesmas aprendam o que não puderam aprender antes”.

AULA 3 - HISTÓRICO DA EJA